O
Rádio na Bahia como em boa parte do Brasil, está muito apoiado ainda, em verbas
ligadas aos governos, e por isto, que muitas vezes, perde a credibilidade com
os seus ouvintes. Onde jorra dinheiro publico, muitas vezes falta ética e independência
de conteúdo. Os governos não são os
culpados, mas sim, a maioria dos executivos despreparados que são responsáveis pelos
destinos de algumas emissoras, que não sabem por limites nestas parcerias, ou
buscar outras alternativas, criar outros nichos de marcados. A realidade é que
o Radio durante muitos anos, tem se
autodenominado “primo pobre” dos veículos, por causa, principalmente, da
participação desta mídia no bolo publicitário. Dados do Projeto Inter-Meios,
iniciativa dos canais de comunicação, coordenada por Meio & Mensagem e
auditada pela Pricewaterhouse Coopers, apontam
que o rádio detém apenas 4% de share, o menor patamar do setor nos últimos 11
anos. Em 2002, a participação do rádio foi de 4,7%. A boa noticia é que o
faturamento, no entanto, tem evoluído na mesma década. Em 2002, o rádio
arrecadou R$ 438 milhões no mercado publicitário e, partir daí, vem registrando
crescimento em relação aos anos anteriores. Em 2011, o faturamento total do
rádio foi de R$ 1,13 bilhão. As grandes emissoras são cortejadas pelos
planejamentos de mídia, seja pela audiência, seja pela qualificação do público
e eu daria até pela qualidade de seus conteúdos. Na Bahia a qualidade de nosso
Rádio não a mesma de alguns anos atrás, a despeito de termos grandes
profissionais em todas as áreas deste setor. Por quê? As emissoras tidas como
populares na verdade insistem de ir mais além, e apostam no estilo popularesco.
Abusando de programas debaixo nível, de produção zero, só para baratear os custos. Muitas vezes, ganham em audiência
nas classes- C e D, mas perdem o patrocínio de grandes marcas que não querem
seus produtos associados a produção de qualidade discutível. Muitas emissoras no interior do estado e
algumas da capital das funcionam no vermelho, apenas para manter projetos políticos
de seus responsáveis, ou de aliados, mas sem nenhuma responsabilidade social ou
jornalística. É preciso mudar os conceitos urgentemente, para termos um Rádio
melhor e mais competitivo. É só olhar e
ver que o Rádio AM na Bahia aos poucos vai morrendo. E o FM?
Raimundo Rui
Radialista/jornalista e
produtor
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